Quero entender porque tantos teimam em trair o seu próprio coração. Eu não lembro de ter traído o meu. E, neste instante, ele me diz que o momento é de seguir os caminhos tortuosos dos sentimentos verdadeiros. Não falo da verdade absoluta, porque ela não existe, falo das relações de alma onde nos encontramos sem que qualquer palavra precise ser dita. Encontros de verdade não precisam de palavras. Entendimentos de verdade não precisam de explicações. E eu não quero mais explicar, eu quero dar a mão a quem quiser me acompanhar e seguir o caminho que a minha alma chama. Se isso é certo ou errado, eu pergunto: certo ou errado para quem? E existe isso? O que existe é o que nos faz feliz. O resto é teoria para quem não quer viver, pois tem medo da dor. O medo vive na minha sala de estar e por isso convivo bem com ele. A dor mora no meu quarto e se tranca no armário quando quero ficar tranqüila. E a felicidade mora na minha alma e me leva para passear todos os dias. No fim das contas, vivemos todos juntos: eu, o medo, a dor e a felicidade. E o amor está pendurado na minha gargantilha, porque eu o quero comigo, em cada canto, em cada gesto, em cada pessoa realmente importante na minha vida. Eu poderia ter escolhido qualquer sentimento, mas eu o escolhi porque o amor é uma escolha. A minha escolha. E assim será até quando eu decidir mudar.